SAMBA DA BOLINHA DE PAPEL

Já compraram pão :

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

By http://www.blogdacidadania.com.br/2012/12/a-economia-vai-mal-mas-o-povo-vai-bem/

A economia vai mal, mas o povo vai bem

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É hora de analisar o noticiário sombrio, quase apavorante, que vem sendo produzido em relação à economia brasileira, pois tal noticiário contrasta com o que mostram sucessivas pesquisas de opinião, o que seja, que, para o povo brasileiro, o país vai muito bem, obrigado.
Houve época em que se costumava dizer que a economia ia bem, mas o povo ia mal. Era uma época em que o noticiário exaltava políticas públicas e a gestão macroeconômica do governo federal. Como o leitor mais atinado com os fatos já pode imaginar, essa foi a época em que o PSDB governou o país.
Entre 1995 e 2002, a maioria da grande imprensa, Globo à frente, desmanchava-se em elogios ao modelo econômico e atribuía qualquer dificuldade à oposição petista, mesmo que desastres econômicos tenham decorrido de escolhas do governo de então, como a de manter o real sobrevalorizado.
O que exasperava o brasileiro, àquela época, era ver, o tempo todo, uma exaltação da privataria tucana que atribuía a posse de celulares e a maior oferta de linhas telefônicas fixas à venda indiscriminada de patrimônio público por preços que auditorias independentes e insuspeitas garantiram ser vis.
Sem fugir da questão atual, só lembro que a maior mineradora do país – e uma das maiores do mundo – foi vendida por um valor que não daria para construir meia dúzia de estádios de futebol ou uma grande rodovia. E o pior: com o tesouro brasileiro financiando a compra por grupos estrangeiros.
No ano em que o candidato de Fernando Henrique à própria sucessão foi derrotado por Lula, a tal frase de que a economia ia bem, mas o povo ia mal, resumia o que estava levando os brasileiros a ignorarem a preferência escancarada da grande imprensa por José Serra.
Naquele momento, a maioria eleitoral – que, dali em diante, reelegeria e re-reelegeria o PT para governar o país – mandava um recado às elites: finalmente o brasileiro descobrira que não podia seguir cegamente o que lhe ditavam jornais, revistas, rádios e televisões.
Essa percepção se acentuou nos anos seguintes, pois desde o primeiro dia do governo Lula os prognósticos e as análises da direita midiática sobre a gestão da economia construíram uma tese maluca: tudo que corria bem era feito do governo anterior e tudo que corria mal, do atual.
O PT e o próprio Lula contra-atacaram com a tese da herança maldita que FHC deixara. Que herança? O país não tinha nem um centavo de reservas próprias em dólares – o que tinha fora emprestado pelo FMI, pelos EUA e pelo Clube de Paris –, tinha uma dívida externa que duplicara durante os oito anos anteriores, uma dívida interna que mais do que decuplicara, não tinha crédito no exterior ou, quando tinha, qualquer empresário ou o governo do Brasil pagavam taxas de juro agravadas pelo risco que representava nossa economia, e, finalmente, o desemprego estava em dois dígitos e a inflação, idem.
A economia até que crescia após a crise cambial de 1999, quando ficou claro para o país o preço da reeleição de FHC. Em 2002, o PIB aumentou 2,7%, o que, comparado à previsão de cerca de 1% de crescimento neste ano, pode ser considerado um crescimento bem melhor.
O povo estava satisfeito com a economia que a mídia dizia que “ia bem”? Não, não estava.
Apesar de o país ter retomado o crescimento, os salários perdiam o valor porque eram corroídos pela inflação ascendente, que, naquele mesmo 2002, alcançara a marca de 12,53%, enquanto que o desemprego fora de 12,6%.
Como é, então, que, com crescimento baixo este ano e a despeito do noticiário insistente que comunica ao país como a economia “vai mal”, o povo responde, em pesquisas de opinião feitas pela própria oposição midiática, que acha que sua vida está indo muito bem?
O conjunto de fatores que blindou a qualidade de vida do povo brasileiro contra uma crise internacional que a mesma oposição midiática reconhece que é a maior que a humanidade viu em quase cem anos, é muito complexo.
Vale repisar que, enquanto o mundo rico afunda a cada dia, com famílias sendo despejadas no outrora Olimpo da estratificação social do planeta, a Europa, com seu desemprego desenfreado, suicídios e tudo mais que crises econômicas geravam aqui, estamos passando por tal crise com custo social praticamente zero, ou melhor, com evolução da condição de vida do brasileiro, com aumento de massa salarial, forte geração de empregos, queda da inflação e, acima de tudo, da concentração de renda.
Sim, o PIB crescerá pouco este ano, até por conta de que o setor bancário, que tem forte peso na conta da riqueza que a nação gera, em 2012, graças a políticas do governo Dilma que contrariam o que era feito na era FHC – quando a taxa de juros oficial chegou a cerca de 50% –, perderam forte receita com juros, o que puxou o crescimento para baixo.
A oposição controlada pelos donos da mídia (PSDB, DEM e PPS), bem como a própria mídia, insistem em ignorar que o objetivo de qualquer governo é fazer a vida do povo melhorar. Ao longo dos oito anos do governo tucano, o Brasil piorou. Os indicadores sociais de 2002 mostram o fim melancólico do governo FHC.
Ao longo dos dez anos em que o PT governa o Brasil, aconteceu o oposto. Desemprego, valor dos salários, inflação, concentração de renda e até o PIB, tudo melhorou. Em relação ao crescimento, o da era petista é quase o dobro do da era demo-tucana. Com mega crise internacional e tudo.
Os dados do social eram ignorados pela mídia e pelos tucanos e demos na era FHC e continuam sendo ignorados hoje. Eles não entendem que o povo quer um governo que melhore sua vida e não a de ricos empresários. Por isso não param de perder eleições.
*
Veja, abaixo, a evolução do desemprego no Brasil entre março de 2002 e outubro de 2012.

domingo, 9 de dezembro de 2012


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Oscar Niemeyer é homenageado pelo mundo, mas chamado de ‘idiota’ pela Veja

Postado em: 6 dez 2012 às 10:36

O mundo se rende a genialidade de Oscar Niemeyer enquanto o blogueiro e jornalista da revista Veja, Reinaldo Azevedo, publica que ele era “meio idiota”

“O universo curvo de um revolucionário”, publicou o diário Gramna, de Cuba. No espanhol El País, “Morre Niemeyer, o poeta das curvas”. O britânico The Guardian expôs a trajetória do arquiteto brasileiro em reportagem especial, destacando que sua exploração das formas livres foi maior até que a de seu mestre, o suíço Le Corbusier.
O francês “Le Monde” descreve Oscar Niemeyer como um dos pais da arquitetura moderna, que construiu, entre tantas grandes obras, a sede do Partido Comunista francês, na place du Colonel Fabien, em Paris.
oscar niemeyer veja idiota reinaldo
Insulto de jornalista da Veja a Oscar Niemeyer gerou revolta na web, até mesmo entre os seus próprios leitores.
O obituário do “New York Times” afirma que Niemeyer capturou a atenção de gerações de arquitetos. ‘Suas formas curváceas, líricas, hedonistas ajudaram a dar forma a uma arquitetura nacional distinta e a uma moderna identidade para o Brasil, que quebrou com seu passado colonial e barroco’, diz o texto.
O jornal argentino “Clarín” afirma que Niemeyer foi ‘um homem que sempre se deixou levar por suas ideias e suas convicções, um criador que havia tempo já tinha assegurado seu lugar no mítico panteão dos maiores arquitetos da história da humanidade.
Outros veículos de comunicação de notoriedade global como a Rede CNN, a BBC e a Al Jazeera renderam homenagens ao homem que desenhou brasília.
A única grosseria contra Niemeyer partiu de um órgão de imprensa do Brasil. O saudoso arquiteto foi chamado de ‘meio idiota’ por Reinaldo Azevedo, jornalista de Veja, em razão de seus posicionamentos políticos. O blogueiro de Veja não conseguiu controlar sua paixão mesquinha nem mesmo no momento da perda de uma figura singular na história do Brasil, revelando intransigência e, por conseguinte, ele sim, ser o verdadeiro idiota.
Leia também
Os insultos de Reinaldo Azevedo a Oscar Niemeyer causaram revolta na Web. Até seus próprios leitores repudiaram sua irracionalidade em momento inoportuno.

Dilma lamenta morte de Oscar Niemeyer

A presidenta Dilma Rousseff emitiu, nesta quinta-feira (5), nota em que lamenta a morte do arquiteto Oscar Niemeyer.
Íntegra da nota:
“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem”, dizia Oscar Niemeyer, o grande brasileiro que perdemos hoje. E poucos sonharam tão intensamente e fizeram tantas coisas acontecer como ele.
A sua história não cabe nas pranchetas. Niemeyer foi um revolucionário, o mentor de uma nova arquitetura, bonita, lógica e, como ele mesmo definia, inventiva.
Da sinuosidade da curva, Niemeyer desenhou casas, palácios e cidades. Das injustiças do mundo, ele sonhou uma sociedade igualitária. “Minha posição diante do mundo é de invariável revolta”, dizia Niemeyer. Uma revolta que inspira a todos que o conheceram.
Carioca, Niemeyer foi, com Lúcio Costa, o autor intelectual de Brasília, a capital que mudou o eixo do Brasil para o interior. Nacionalista, tornou-se o mais cosmopolita dos brasileiros, com projetos presentes por todo o país, nos Estados Unidos, França, Alemanha, Argélia, Itália e Israel, entre outros países. Autodeclarado pessimista, era um símbolo da esperança.
O Brasil perdeu hoje um dos seus gênios. É dia de chorar sua morte. É dia de saudar sua vida.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A moral de velhas prostitutas | Carta Capital

A moral de velhas prostitutas | Carta Capital

Política

Leandro Fortes

Pensata

05.12.2012 09:46

A moral de velhas prostitutas

Aos poucos, sem nenhum respeito ou rigor jornalístico, boa parte da mídia passou a tratar Rosemary Noronha como amante do ex-presidente Lula. A “namorada” de Lula, a acompanhante de suas viagens internacionais, a versão tupiniquim de Ana Bolena, quiçá a reencarnação de Giselle, a espiã nua que abalou Paris.

Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
Como a versão das conversas grampeadas entre ela e Lula foi desmentida pelo Ministério Público Federal, e é pouco provável que o submundo midiático volte a apelar para grampos sem áudio, restou essa nova sanha: acabar com o casamento de Lula e Marisa.
Já que a torcida pelo câncer não vingou e a tentativa de incluí-lo no processo do “mensalão” está, por ora, restrita a umas poucas colunas diárias do golpismo nacional, o jeito foi apelar para a vida privada.
Lula pode continuar sendo popular, pode continuar como referência internacional de grande estadista que foi, pode até eleger o prefeito de São Paulo e se anunciar possível candidato ao governo paulista, para desespero das senhoras de Santana. Mas não pode ser feliz. Como não é possível vencê-lo nas urnas, urge, ao menos, atingi-lo na vida pessoal.
Isso vem da mesma mídia que, por oito anos, escondeu uma notícia, essa sim, relevante, sobre uma amante de um presidente da República.
Por dois mandatos, Fernando Henrique Cardoso foi refém da Rede Globo, uma empresa beneficiária de uma concessão pública que exilou uma repórter, Míriam Dutra, alegadamente grávida do presidente. Miriam foi ter o filho na Europa e, enquanto FHC foi presidente, virou uma espécie de prisioneira da torre do castelo, a maior parte do tempo na Espanha.
Não há um único tucano que não saiba a dimensão da dor que essa velhacaria causou no coração de Ruth Cardoso, a discreta e brilhante primeira-dama que o Brasil aprendeu desde muito cedo a admirar e respeitar. Dona Ruth morreu com essa mágoa, antes de saber que o incauto marido, além de tudo, havia sido vítima do famoso “golpe da barriga”. O filho, a quem ele reconheceu quando o garoto fez 18 anos, não é dele, segundo exame de DNA exigido pelos filhos de Ruth Cardoso. Uma tragicomédia varrida para debaixo do tapete, portanto.
O assunto, salvo uma reportagem da revista Caros Amigos, jamais foi sequer aventado por essa mesma mídia que, agora, destila fel sobre a “namorada” de Lula. Assim, sem nenhum respeito ao constrangimento que isso deve estar causando ao ex-presidente, a Dona Marisa e aos filhos do casal. Liberados pela falta de caráter, bom senso e humanidade, a baixa assessoria de tucanos, entre os quais alguns jornalistas, tem usado as redes sociais para fazer piadas sobre o tema, palhaços da tristeza absorvidos pela vilania de quem lhes confere o soldo.
Esse tipo de abordagem, hipócrita sob qualquer prisma, era o fruto que faltava ser parido desse ventre recheado de ódio e ressentimento transformado em doutrina pela fracassada oposição política e por jornalistas que, sob a justificativa da sobrevivência e do emprego, se prestam ao emporcalhamento do jornalismo

Romário consegue assinaturas para instalar CPI da CBF na Câmara

Romário consegue assinaturas para instalar CPI da CBF na Câmara

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Romário quer investigar a CBF Foto: José Cruz/ABr
O deputado federal Romário (PSB-RJ) anunciou nesta quarta-feira 5 que obteve as assinaturas necessárias para instalar na Câmara uma CPI para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Romário escreveu em suas contas no Facebook e no Twitter que obteve 188 assinaturas, 17 além das 171 necessárias para instalar a comissão. Romário afirmou que protocolaria o pedido ainda nesta quarta-feira.
As assinaturas foram colhidas em menos de 24 horas. Foi o próprio Romário que conversou com os colegas, e não assessores, como costuma ocorrer nesses casos.
Em discurso no plenário na tarde de terça-feira 4, o deputado citou notícias de benefícios para empresas de pessoas ligadas ao ex-presidente da instituição Ricardo Teixeira, e outros diretores e funcionários da CBF. Romário também cita problemas nas eleições para a sucessão de Teixeira, que envolveriam também o atual presidente, José Maria Marin.
Entre as denúncias apresentadas por Romário está um patrocínio de 7 milhões de reais da TAM para a CBF que estaria sendo desviado para empresas ligadas a laranjas de Ricardo Teixeira. O cartola também estaria recebendo 150 mil reais como consultor, mesmo depois de ter sido substituído na CBF. A contratação teria sido feita pelo atual presidente, que também aumentou o próprio salário e o de toda a diretoria após sua eleição.
“A CBF é uma instituição privada, mas recebe grande quantia de dinheiro público, através de isenção fiscal e contribuições sociais”, justificou Romário a respeito da investigação por parte do Congresso.
A CBF já foi investigada na CPI CBF-Nike, por suspeita de desvio de recursos e ingerência sobre resultados de jogos por parte da patrocinadora. Para Romário, nem tudo foi esclarecido. Ele diz ter documentos que mostram desvios em um jogo amistoso contra Portugal, ocorrido em Brasília, que segundo Romário movimentou R$ 12 milhões. “Em um só jogo, é absurdo”, disse.
Com informações da Agência Câmara

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Nos tempos do engavetador-geral: Refrescando Henrique Cardoso | Carta Capital

Nos tempos do engavetador-geral: Refrescando Henrique Cardoso | Carta Capital


Cynara Menezes

04.12.2012 14:59

Nos tempos do engavetador-geral: Refrescando Henrique Cardoso

O ex-procurado-geral da República no governo FHC, Geraldo Brindeiro. Foto: Ana Nascimento/ABr
O que é mais vergonhoso para um presidente da República? Ter as ações de seu governo investigadas e os responsáveis, punidos, ou varrer tudo para debaixo do tapete? Eis a diferença entre Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva: durante o governo do primeiro, nenhuma denúncia – e foram muitas – foi investigada; ninguém foi punido. O segundo está tendo que cortar agora na própria carne por seus erros e de seu governo simplesmente porque deu autonomia aos órgãos de investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público. O que é mais republicano? Descobrir malfeitos ou encobri-los?
FHC, durante os oito anos de mandato, foi beneficiado, sim, ao contrário de Lula, pelo olhar condescendente dos órgãos públicos investigadores. Seu procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era conhecido pela alcunha vexaminosa de “engavetador-geral da República”. O caso mais gritante de corrupção do governo FHC, em tudo similar ao “mensalão”, a compra de votos para a emenda da reeleição, nunca chegou ao Supremo Tribunal Federal nem seus responsáveis foram punidos porque o procurador-geral simplesmente arquivou o caso. Arquivou! Um escândalo.
Durante a sabatina de recondução de Brindeiro ao cargo, em 2001, vários parlamentares questionaram as atitudes do envagetador, ops, procurador. A senadora Heloísa Helena, ainda no PT, citou um levantamento do próprio MP segundo o qual havia mais de 4 mil processos parados no gabinete do procurador-geral. Brindeiro foi questionado sobre o fato de ter sido preterido pelos colegas numa eleição feita para indicar ao presidente FHC quem deveria ser o procurador-geral da República.
Lula, não. Atendeu ao pedido dos procuradores de nomear Claudio Fonteles, primeiro colocado na lista tríplice feita pela classe, em 2003 e, em 2005, ao escolher Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia do mensalão. Detalhe: em 2007, mesmo após o procurador-geral fazer a denúncia, Lula reconduziu-o ao cargo. Na época, o presidente lembrou que escolheu procuradores nomeados por seus pares, e garantiu a Antonio Fernando: “Você pode ser chamado por mim para tomar café, mas nunca será procurado pelo presidente da República para pedir que engavete um processo contra quem quer que seja neste país.”
 E assim foi.
Privatizações, Proer, Sivam… Pesquisem na internet. Nada, nenhum escândalo do governo FHC foi investigado. Nenhum. O pior: após o seu governo, o ex-presidente passou a ser tratado pela imprensa com condescendência tal que nenhum jornalista lhe faz perguntas sobre a impunidade em seu governo. Novamente, pesquisem na internet: encontrem alguma entrevista em que FHC foi confrontado com o fato de a compra de votos à reeleição ter sido engavetada por seu procurador-geral. Depois pesquisem quantas vezes Lula teve de ouvir perguntas sobre o “mensalão”. FHC, exatamente como Lula, disse que “não sabia” da compra de votos para a reeleição. Alguém questiona o príncipe?
Esta semana, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da presidência, colocou o dedo na ferida: “Os órgãos todos de vigilância e fiscalização estão autorizados e com toda liberdade garantida pelo governo. Eu quero insistir nisso, não é uma autonomia que nasceu do nada, porque antes não havia essa autonomia, nos governos Fernando Henrique não havia autonomia, agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne”, disse Carvalho. É verdade.
Imediatamente FHC foi acionado pelos jornais para rebater o ministro. “Tenho 81 anos, mas tenho memória”, disse o ex-presidente. Nenhum jornalista foi capaz de refrescar suas lembranças seletivas e falar do “engavetador-geral” e da compra de votos à reeleição. Pois eu refresco: nunca antes neste País se investigou tanto e com tanta independência. A ponto de o ministro da Justiça ser “acusado” de não ter sido informado da operação da PF que revirou a vida de uma mulher íntima do ex-presidente Lula. Imagina se isso iria acontecer na época de FHC e do seu engavetador-geral.
O erro do PT foi, fazendo diferente, agir igual.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


Lembrai-vos da iniquidade da imprensa e 

dos arrivistas da direita

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

Jornalistas de todos veículos atacam Lula há dez dias. Fato sem precedente.
         

















Vamos aos fatos.

Declaração do Delegado da Polícia Federal, Roberto Troncon Filho, ao jornal O Globo: “O ex-presidente {Lula} não tem foro privilegiado. Se ele tivesse sido pego em algum crime, certamente estaria sendo investigado ou já indiciado”. E concluiu: “Não existe essa história de que foram interceptadas 122 ligações entre ele e a Rosemary. Agora, como ex-presidente, ele ligou algumas vezes para o escritório da Presidência em São Paulo, o que é normal”.Ponto.

Declaração da procuradora da República, Suzana Fairbanks, coordenadora da investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre o caso Porto Seguro: "Conversa dela {Rose} com o Lula não existe. Nem conversa, nem áudio e nem e-mail. Não sei de onde saiu isso. Vocês podem virar de ponta cabeça o inquérito" — afirmou a jornalistas que faziam ilações sobre Lula, pois queriam vinculá-lo ao esquema de Rosemary e dos irmãos Vieira. Ponto.


A oposição partidária (PSDB, DEM e PPS) incompetente e que privatizou e terceirizou, vergonhosamente, seu papel político e parlamentar para os arautos da imprensa comercial e privada, quer levar Lula para depor na Câmara dos Deputados, e, a seu bel-prazer, talvez enforcá-lo entre as duas torres do Congresso. É nítido; e somente não enxerga quem não quer, que, até o ano 2014 quando acontecerão as eleições para presidente da República, a imprensa burguesa de oposição, juntamente com setores conservadores da PGR e do STF, recrudescerão seus ataques ao PT e ao Governo Federal, administrado há dez anos por mandatários trabalhistas.


O jogo político e eleitoral será baixo, porque qualquer assunto, investigação ou acusação que coloque pessoas do governo na alça de mira da imprensa de direita serão, sem sombra de dúvida, superdimensionados, como estratégia para conspurcar ou desacreditar os governantes e líderes trabalhistas filiados ao PT. A máquina privada midiática brasileira, uma das mais poderosas e conservadoras do mundo, não articula em suas páginas ou em suas transmissões debates sobre as questões brasileiras e o desenvolvimento social e econômico do povo, porque se recusa a debater e a pensar o Brasil. Realmente, o que interessa à mídia dominante é ganhar muito dinheiro e combater aqueles que não compartilham de sua pauta e de seus interesses.


Por sua vez, seus proprietários querem a volta do modelo neoliberal e não se conformam com a perda de poder e de influência no que concerne à Presidência da República. Como não têm voto e, obviamente, não há como propor um programa de governo, os empresários de mídias agem como pontas de lanças do grande capital interno e externo. Para isso, não medem consequências, e, incondicionalmente, comportam-se como militantes radicais de direita, sempre com o enfoque em aspectos negativos, até porque o que acontece de positivo no que tange à melhoria de vida e ao bem-estar do povo brasileiro não importa ao grande empresariado controlador e acionista de um segmento econômico monopolizado e não regulamentado, porque no Brasil, ao contrário do que reza a Constituição, inexiste um marco regulatório para os meios de comunicação, tanto do setor público quanto do privado, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos cujo setor tão importante para as sociedades é regulamentado.






A verdade é que o segmento mercantil midiático dominado pelos coronéis da imprensa faz o que quer e não dá satisfação a ninguém. É como se vivêssemos em uma terra de ninguém à mercê da pistolagem midiática cujas armas e munições são a caneta e a tinta, o teclado e a tela do computador, a voz e a imagem de jornalistas que se comportam como pistoleiros, porque distorcem a realidade, manipulam os fatos e mentem se for necessário mentir, porque, para eles, é imperativo que o maior partido trabalhista do mundo ocidental e seus líderes políticos sejam derrotados nas próximas eleições e com isso seus candidatos preferidos serem eleitos e, com o passar de poucos dias, convidá-los, como no passado, a sentar à mesa no gabinete da Presidência da República, e quem sabe, como fez o empresário Roberto Marinho com a aquiescência do ex-presidente José Sarney, sugerir ou indicar o nome do ministro da Fazenda, como ocorreu com a escolha de Maílson da Nóbrega.



É preciso calar o Lula. O trabalhista tem de ser impedido de concorrer a cargos públicos ou apoiar seus candidatos. Para a direita, seria melhor se o Lula ficasse inelegível. Por isso e por causa disso, a operação Porto Seguro mexeu com a verve e o ódio de praticamente todos os comentaristas, colunistas, editorialistas e “especialistas” que agiram e atuaram de forma orquestrada, como se fossem de um mesmo partido político, de um time de atletas ou de uma mesma família empenhada a obter sucesso em seus propósitos. Todos ou quase todos os jornalistas conhecidos pelo público que trabalham em empresas diferentes atacaram o ex-presidente da República sem dó e nem piedade, sendo que até o momento a caça ao Lula continua.


Alguns deles se superaram para agradar seus chefes e “colegas” de profissão — no Brasil, muitos jornalistas empregados pensam que são colegas de seus patrões até serem demitidos —, os empresários das famílias midiáticas, e diferentemente como ocorreu com o ex-presidente tucano FHC — o Neoliberal —, que teve seu relacionamento extraconjugal com a repórter da TV Globo, Miriam Dutra, escondido por quase duas décadas, sendo que o político do PSDB reconheceu o “filho” em 2009, após 18 anos de seu nascimento, Lula está a ser acusado por alguns escribas de ser amante de Rose Noronha.


No episódio do reconhecimento de FHC ainda teve colunista que elogiou o gesto do tucano, mesmo depois de quase 20 anos. Dois anos depois, em 2011, FHC ficou a saber por meio do teste de DNA que tal filho não era filho de tal pai. Agora a pergunta que não quer calar: "E se fosse o petista nessa situação, o que faria ou não faria a imprensa tucana? Depois, francamente, o molusco é o Lula. Vai dormir com um barulho desse após perceber a hipocrisia de certos asseclas da mídia.


Antes disso, em plena campanha presidencial de 1989, o político petista teve sua vida íntima virada pelo avesso, de forma pérfida nos meios de comunicação, no programa eleitoral de Fernando Collor. Homens de mando da Globo sabiam disso, e apoiaram tal ignomínia. Miriam Cordeiro, mãe de sua filha, Lurian, fruto de um relacionamento não oficializado, afirmou na TV que Lula não era bom pai e que queria que ela fizesse um aborto. Logo depois Lurian negou os fatos, e, ao que parece, tem bom relacionamento com Lula.





A imprensa censura a si mesma quando se trata de proteger seus interesses e de seus aliados.

É público e notório o affair de FHC com a repórter, que, segundo jornalistas que cobrem a política nacional em Brasília, não foi o primeiro e nem o único. O que importa é que eu, como articulista, não me importo com a vida sentimental das pessoas, no que é relativo ao seu direito de gostar de alguém e manter um relacionamento. Considero normal e natural. Questiono programaticamente e ideologicamente os governos tucanos. E sei que muitas vezes sou duro com os conservadores. Mas, não me excedo e não falo da vida íntima alheia. Não está em questão nesta tribuna o caso amoroso de FHC, pois a minha intenção é mostrar ao leitor que a imprensa corporativa e de caráter empresarial é useira e vezeira em usar dois pesos e duas medidas quando se trata de aliados e adversários, estes últimos, na verdade, considerados inimigos, que devem ser derrotados a qualquer custo, a não importar o que é justo ou injusto, falso ou verdadeiro e através desse processo desinformar e enganar a sociedade.


FHC sempre foi protegido e seus erros acobertados ou amenizados. O "príncipe" dos sociólogos (somente no Brasil os sociólogos têm príncipe) jamais foi questionado em público, ou seja, pela imprensa e seus áulicos, admiradores confessos de tal sumidade sociológica, transformaram suas canetas em armas de moer reputações e de linchamento moral daqueles que, na verdade, recusaram-se a ser cooptados pelo sistema de capital de caráter colonizador.


Essas realidades são o combustível e o motor do enfrentamento, do embate político que mobiliza a direita em uma luta para ter de volta a Presidência da República e assim reimplementar o projeto de País que eles acreditam, que é o de diminuir o estado, deixar o mercado se autoregulamentar, vender o patrimônio público, limitar os investimentos que promovem a inclusão social e atender o sistema internacional de espoliação, às necessidades do povo, só que dos povos estrangeiros, os de olhos azuis, que vivem nos países ricos e cujos governos são os maiores produtores de armas do mundo e causadores de invasões, de guerras, de poluição e de dores e sofrimentos em todo o planeta.


“Lula é amante da Rose”, afirmou, sem pestanejar, sem titubear, o mais agressivo jornalista de direita, que hospeda seu blog na revista Veja — a Última Flor do Fáscio. O outro, igualmente feroz e açodado, pede a cabeça de Lula e decreta seu fim. Os “espadachins” da Folha, do Estadão, de O Globo, do Correio Braziliense, de Época, do Bom(?) Dia Brasil, do JN e da Globo News e todos seus congêneres udenistas e lacerdistas espalhados pelo País apregoaram o fim político e moral do líder trabalhista Lula. Mais do que lacerdistas, muitos desses escribas lembraram os militantes da Ação Integralista Brasileira (AIB), de Plínio Salgado, que tentou dar um golpe de estado em Getúlio Vargas em 1938, ao tentar tomar de assalto o Palácio do Catete, para logo serem rechaçados e derrotados pelas forças legalistas da época. A AIB era ideologicamente fascista. Apenas isso. Anauê!


Lembrei também da “Marcha da Família com Deus pelaLiberdade”, realizada antes do golpe civil-militar de 1964 e organizada pelos setores mais reacionários da sociedade brasileira, dentre eles, adivinhem, os barões da imprensa, que na verdade repercutiram notícias negativas, de forma sistemática, do Governo do presidente trabalhista João Goulart, que propusera as reformas de base e que por isso e por causa disso foi derrubado e somente retornou ao Brasil dentro de um caixão.









Eles trabalham em prol de um País em que o povo jamais se emancipe. É o Brasil VIP.


Como se percebe, neste País se golpeia apenas presidentes trabalhistas, nas pessoas de Getúlio, Jango e Lula, além de Leonel Brizola, que comeu o pão que o diabo amassou e que, além de amargar o exílio mais longo de um político brasileiro (15 anos), foi perseguido, caluniado, difamado e ameaçado de morte por setores radicais de direita, bem como combatido ferrenhamente pelos barões da imprensa, principalmente pelos empregados das empresas da família Marinho, conhecida como Organizações Globo. 'Organizações?' O que significa este nome?


Poderia rememorar ainda outros casos rumorosos de corrupção dos tempos de FHC e que foram devidamente varridos para debaixo do tapete. E o pior: a Procuradoria Geral da República desde os tempos do procurador nomeado pelo presidente tucano, Geraldo Brindeiro, tem se comportado, por intermédio de seus sucessores, conforme os interesses políticos de partidos como o PSDB, agremiação que se diz social democrata, mas que na verdade se afastou das ruas e passou a frequentar com interesse e dedicação os salões das oligarquias brasileiras e estrangeiras.


Tais interesses das classes dominantes são, indubitavelmente, alinhados aos ditames dos conservadores que controlam não somente os meios de comunicação privados e desregulamentados que ganham muito dinheiro neste País, mas, sobretudo, influenciam as corporações estatais, a exemplo do STF e da PGR cujos integrantes mostraram para quem quisesse ver que estão politicamente e até mesmo partidariamente vinculados aos interesses da Casa Grande. Que o diga o ministro de capa preta, Luiz Fux, que concedeu uma entrevista lamentável à Folha de S. Paulo quando demonstrou uma vaidade quase lunática e um orgulho inconcebível para um juiz, que deveria ser humilde e sábio e servidor do povo brasileiro.


Não esqueçamos ainda dos outros juízes do STF que, inapropriadamente, atuaram como divas televisivas, sem se preocuparem, inclusive, com a educação, porque o que se viu foi um enfrentamento verbal duríssimo, que, se eles não estivessem no plenário do STF e, sim, no trânsito, certamente que iriam às vias de fato. Além disso, temos o nosso torquemada-mor, o procurador geral Roberto Gurgel, alvo preferencial do senador por Alagoas, Fernando Collor (PTB), que o considera um prevaricador, que “comete crimes seguidos”, a “proteger os chumbetas da Veja”, para a qual, de acordo com o senador Collor, vazou para o pasquim de péssima qualidade editorial informações que estavam sob segredo de justiça, além de proteger o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), bem como segurar as investigações sobre o senador cassado do DEM, Demóstenes Torres, enterrado até o pescoço com os negócios ilegais do bicheiro Carlinhos Cachoeira.






Juízes: com exceções, comportaram-se como divas midiáticas e o domínio do fato foi a vaidade.


Voltemos ao Lula.

Os principais colunistas e comentaristas da imprensa corporativa e de negócios privados ouviram o que o superintendente da PF informou, e perceberam quase que instantaneamente que, mesmo a dar continuidade ao novo “escândalo” sobre Lula no que diz respeito ao ex-presidente se beneficiar com valores monetários e até mesmo receber pequenos agrados, como recebeu, segundo a PF, a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Novoa Noronha, seria uma furada, ou seja, uma grande "barriga", como se diz no jargão jornalístico. Por isso, os espertos voltaram sua atenções para a Rose.


A questão primordial não são os fatos imputados à Rosemary e a seus convivas de interesses venais, que se comportaram mal e cometeram malfeitos, bem como o caso não se encerra com a prisão ou não dos irmãos Vieira, Paulo e Rubens, que, conforme a operação Porto Seguro da PF, eram os responsáveis pela organização de um esquema ilegal de interesses privados na esfera pública. Tais irmãos foram acusados e denunciados por praticarem crimes como o de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e formação de quadrilha.


A presidenta Dilma Rousseff repetiu o que já tinha feito em outros casos passados em que ministros de estado tiveram seus nomes envolvidos em malfeitos e por isso exonerou de seus cargos todos os denunciados nesse novo escândalo. Contudo, volto a repetir: a questão principal não é a Rose, mas com certeza o político Luiz Inácio Lula da Silva, o único dos ex-presidentes que mantêm seu poder de mando e de influência intactos, inclusive no que diz respeito ao mais importante dos poderes — o poder do voto. Lula é uma máquina de votos e por isso elege candidatos eleitoralmente desconhecidos ou inexperientes, como Dilma e Fernando Haddad, além de ser profundamente admirado pelo povo brasileiro, assim como é uma figura muita conhecida e respeitada no exterior.


E é exatamente aí que mora o perigo. Seus inimigos, sabedores da realidade política de Lula, transformam casos de corrupção em verdadeiros roteiros mal escritos de filmes de terror, quando na verdade a Polícia Federal republicana de Lula e agora de Dilma continua a fazer seu trabalho sem ser tolhida ou prejudicada em suas ações, bem como vai continuar a trabalhar dessa forma, porque os governos trabalhistas, apesar de seus erros e equívocos, realmente combateram a corrupção, com cerca de 1.200 operações em oito anos e a prisão ou afastamento de seus cargos de mais de três mil pessoas, em contraponto às 28 operações realizadas também em oito anos pelo governo de FHC — o Neoliberal —, que prenderam o número ínfimo de 54 pessoas.


Enquanto Dilma e Lula promoveram e deram importância ao papel da PF, criaram o Portal da Transparência, onde a imprensa se informa e aproveita as informações dessa ferramenta para questionar os gastos e criticar os atuais administadores por eles investirem no País. Enquanto os governos trabalhistas abriram milhares de vagas no serviço público por meio de concursos, fortaleceram a PGR, a AGU, a Receita Federal e modernizaram o estado nacional, os bate-paus da imprensa alienígena, colonizada e possuidora de um imenso complexo de vira-lata continuam a pregar o golpismo e a escamotear os erros graves da oposição partidária brasileira, que abriu mão de sua condição constitucional e eleitoral em prol de as famílias midiáticas e seus empregados fazerem a vez de quem deveria apresentar propostas e programas de governo, a fim de receber os votos da população e, por seu turno, se vencer a eleição, governar o País.






Lacerda: ídolo da direita golpista que quer o Brasil para poucos privilegiados.

Todavia, faço a outra pergunta que não quer calar: “Como vai ser possível à direita vencer as próximas eleições se ela não governa para a maioria e, evidentemente, segundo a história, administra o País para a minoria?” Por sua vez, como fazer com que o povo brasileiro, a maioria de trabalhadores, acredite nas propostas, por exemplo, do Aécio Neves, que, simplesmente, não é conhecido no Brasil e, fundamentalmente, não tem um legado substancial para mostrar, mas, entretanto, tem uma herança: o sobrenome Neves, de seu avô Tancredo Neves, que, ao contrário do neto, sempre foi aliado dos trabalhistas, exemplificados nas personalidades políticas de Getúlio Vargas e João Goulart.


Tancredo, inclusive, foi ao enterro dos dois líderes trabalhistas e, sob pressão dos inimigos golpistas (militares), pronunciou discursos. Tancredo nunca passou para o outro lado, apesar de ser um político moderado, porém, democrata e legalista. Na outra banda contrária a Tancredo, a que conspira e efetiva golpes de estado, com a cumplicidade, inclusive, de estrangeiros da CIA, os barões da imprensa, os mesmos que combateram Tancredo Neves e que hoje são alidados de seu neto Aécio Neves. Os barões da imprensa, o grande empresariado brasileiro, os banqueiros, os donos do agronegócio e os partidos de direita, como o PSDB, o DEM e o PPS, não têm nada a perder, porque no fundo não se importam com o Brasil, que para eles é apenas um lugar para fazer negócios e ganhar dinheiro. Esses grupos conservadores não têm nada para oferecer, porque quando estiveram no poder o trabalhador brasileiro não tinha acesso nem ao emprego. Eles perdem no voto, e sabem disso. E por isso precisam fabricar crises como os seres vivos necessitam de oxigênio.


Lula não está envolvido com corrupção e muito menos foi gravado ou filmado a cometer malfeitos. A imprensa venal sabe disso. Então, por que não apelar para um escândalo sexual? Evidente. É a práxis. Ora bolas, por que não? — indagam-se aqueles que se consideram formadores de opinião, quando na verdade suas opiniões são apenas publicadas e não lidas ou não são importantes para a maioria do povo que teve sua vida melhorada por governantes trabalhistas. Lula e Dilma são da mesma vertente política que edificou o trabalhismo gaúcho, responsável pela modernização e industrialização do País. O mesmo trabalhismo que derrotou a Política do Café com Leite e que foi alvo de golpes de estado em diversas décadas do século XX.


O trabalhismo que se modificou por causa das realidades do tempo — de cada era. O trabalhismo moldado e forjado nas fábricas do ABCD paulista e que ressurge revigorado no voto do cidadão brasileiro, a partir de 2003, e tão combatido como o foi nas décadas de 1930 a 1950, para, enfim, em 1964 ser golpeado do poder pela força ilegal e criminosa das armas, com a conivência e a cumplicidade das classes dominantes e de parte da classe média, que não percebe o quão ridícula ela se torna quando adere e dissemina os valores de uma burguesia que é herdeira ideológica da escravidão e que optou deliberadamente por um País VIP e edificado para poucos privilegiados, que, arrogantes, consideram-se, presunçosamente, os “escolhidos”, quiçá, por Deus.






A face da imprensa é a do Murdoch. Quem mandou as mídias não serem regulamentadas?

Não se preocupe, leitor. Até 2014, a presidenta Dilma Rousseff, que fez carreira política no Rio Grande do Sul trabalhista, vai ser o alvo preferencial dos sabujos midiáticos. Por enquanto, a malhação ao Lula está em um processo irremediavelmente insano, em que a estupidez e a virulência perderam seus limites, porque ultrapassaram as fronteiras da perversidade e da infâmia. Os iníquos são assim; e os arrivistas também. É isso aí.